Até o momento o presidente da república está sem filiação partidária. É possível concorrer as eleições sem um partido? Confira as possibilidades de filiação do presidente.

 

Estamos a pouco mais de 17 meses para as eleições de 2022, mais especificamente, para o dia da votação, pois o prazo para o início da campanha eleitoral é ainda menor. Todos aqueles que planejam ser candidatos já estão se organizando de alguma forma ou outra, buscando apoio financeiro e político, melhorando aspectos de comunicação e marketing, preparando logística de equipes, materiais e escolhendo/buscando um partido político.

Para aqueles que já ocupam cargo e buscam reeleição, conseguir reunir estes elementos é menos complexo do que para aqueles que estão sem mandato.

É possível concorrer as eleições sem filiação partidária?

A escolha de um partido é um aspecto fundamental, sem o qual não se disputam as eleições no Brasil.

Na eleição anterior, Bolsonaro iniciou sua “pré-campanha” sem ter um partido definido e acabou concorrendo ao final por um partido muito pequeno e que imaginou conseguir deter o controle, o PSL. Após as eleições ele se viu cercado por escândalos a respeito de candidaturas laranja e o mau uso do fundo partidário e eleitoral. Para piorar, o presidente do partido, Luciano Bivar, não cedeu totalmente o mando do partido como esperavam o agora eleito Bolsonaro e seus filhos. A questão se agravou tanto que acabou resultando na desfiliação do presidente.

E até o momento o presidente da república está sem filiação partidária. A escolha dele terá um peso enorme, ainda mais numa disputa que tende a ser bastante acirrada.

Bolsonaro sendo disputado pelos partidos?

Muitos partidos que comporiam o chamado centrão têm convidado o presidente para se filiar. Eles estariam de olho na grande quantidade de votos de legenda que Jair Bolsonaro pode amealhar. Eles esperam uma repetição (em escala menor) do que ocorreu em 2018, quando o PSL conseguiu sair de 1 deputado para 52 eleitos para a câmara federal, agregando, consequentemente, uma maior participação do fundo partidário. Os principais partidos que têm buscado atrair o presidente são o PTB de Roberto Jeferson e o PP de Arthur Lira e Ricardo Barros, respectivamente, presidente da Câmara e líder do Governo.

Por mais que os dois partidos atuem como aliados neste momento, a fidelidade deles não tende a ser orgânica, como esperaria Bolsonaro, e o fantasma “PSL” ainda o assombra. Uma possível solução é a possibilidade de filiação ao PRTB (partido do vice-presidente Hamilton Mourão), que perdeu recentemente seu presidente Levy Fidelix (falecido em decorrência do COVID-19). A negociação ocorre com os filhos e com a viúva de Levy (afinal muitos partidos no Brasil funcionam quase como negócios familiares) e tende a resultar na mudança de nome do PRTB, que passaria a se chamar ALIANÇA ou Aliança pelo Brasil.

A escolha por um (centrão) ou outro caminho (PRTB) representa impactos diferentes. Enquanto o primeiro garantiria maior capilaridade, estrutura política e talvez um arco de alianças maior, o segundo lhe assegura maior garantia de controle sobre as estruturas partidárias, com Jair Bolsonaro e seus filhos como maiores caciques. Pelo comportamento pregresso, tendo a crer que a escolha se dará pela maior capacidade de controle.

Aguardemos o desenrolar de mais este capítulo da política nacional, que com certeza impactará a política nos estados. Afinal, muitos políticos locais desejam estar no mesmo partido que o Presidente e surfar a onda que por ventura ele venha a gerar.

Sigamos juntos pensando cada vez mais estrategicamente.

Editoria: Análise política, Eleições